quarta-feira, dezembro 28

Doença e Sofrimento

Doença e Sofrimento
Dirce de Assis Rudge

Médica especializada em dependência química, terapeuta familiar, formadora de terapeutas comunitários, presidente da Associação Espaço Comunitário Comenius.
www.espacocomenius.com.br
dirassis@terra.com.br

Infelizmente tenho que concordar com alguns pontos do artigo do Paulo Delgado. Quando me formei, há 36 anos atrás, os médicos ainda conversavam com os pacientes, não faltavam a plantão, examinavam o paciente. As notícias que tenho agora são bem diferentes, salvo exceções honrosas, os colegas não mais conversam, não examinam e faltam a plantões. Isto é deplorável. É muito mais fácil receitar um tranqüilizante e se “livrar” do paciente incômodo, é muito mais fácil receitar um analgésico ou pedir tomografia para qualquer dor de cabeça que apareça pela frente. Parece-me que muitos colegas nem
chegaram a experimentar o prazer que existe no exercício pleno da medicina:
conversar, examinar, fazer um diagnóstico, orientar, medicar e ver o paciente levantar-se.

Não culpo os colegas porque todos nós chegamos à faculdade, adolescentes e muitas vezes sem ter a mínima idéia do que escolhemos. Meus colegas são vítimas de um sistema excludente que não oferece nenhuma perspectiva. O sonho, melhor dizendo, a utopia do SUS ficou muito evidente com a recente doença de um famoso ex operário e ex presidente. Pacientes operários esperam na fila para uma consulta com especialista e quando o médico faz o diagnóstico, muito tempo depois, quase sempre não há mais o que fazer e ele acaba os seus dias em intermináveis viagens dentro de um sistema
extremamente cruel.

Por outro lado, a própria sociedade copia o modelo norte americano de medicalização e como não se sabe pessoa com direitos, não reclama, não reage frente ao brutal descaso que sofre. Os meus colegas são vítimas desse sistema e é muito difícil escapar. Eu tive a felicidade de começar a trabalhar aos 13 anos com carteira assinada e pude aposentar-me num dos vínculos há muito tempo atrás. Sem filhos, pude dedicar-me um pouco mais aos pacientes. A maioria não tem essa chance. São jogados aos “leões”
absolutamente inocentes e acabam se tornando cúmplices do que está aí.

Com relação ao crack entendo que o nosso sistema social está tão fragilizado
que os pais, frente as dificuldades do sistema que não tem onde encaixar o
seu sofrimento, frente ao filho que lhe testa os limites o tempo todo, acaba
abandonando o infeliz à própria sorte e não tem como perceber que a atitude
do filho pode ser um lancinante pedido de socorro. Socorro para o abandono,
a discriminação e a selvageria reinante. Tenho tido sucesso com casos de
dependência de crack quando os pais se envolvem no tratamento. A questão é
muito complexa. Não é a mãe que abandona, os usuários não são pobres e
excluídos, eles se tornam pobres e excluídos depois de muito comprometidos
pelas drogas. Ele pode ser um estudante universitário, um pai de família, um
executivo e acabar na cracolândia. Este é um ponto fundamental para
entendermos um pouco mais da questão. É lógico que existem crianças
abandonadas que acabam chegando lá e contra isso temos que unir forças para
prevenir, mas há muito mais neste balaio.

Fiquei chocada neste 23 de dezembro frente a um grupo de 18 crianças da
favela do Sapé, entre 8 e 11 anos, que não souberam responder de quem era o
aniversário que estávamos celebrando. Uma pequenina de 4 anos disse que era
papai Noel, os outros se calaram. Qualquer pessoa bem informada sabe que os
fatores de prevenção do abuso de substâncias para crianças e adolescentes
são vários, mas alguns são relacionados a estrutura familiar,
espiritualidade, modelos, valores, redes de apoio.

Temos que trabalhar rápido porque um modo de lidar com isso nasceu em 1983
lá no Ceará: Terapia Comunitária Integrativa pelas mãos de Adalberto de
Paula Barreto, um psiquiatra raro. Atravessou fronteiras e está estabelecida
além de todos os estados brasileiros, na Argentina, Chile, Uruguai, França,
Itália, Suíça e África. Não é necessário ser profissional da saúde, nem da
área psi para se tornar terapeuta comunitário é preciso ter disposição,
vocação cuidadora, saber ler e escrever bem. A proposta da TCI não é cura,
nem tratar de doenças, mas sim o alívio do sofrimento, para o qual é muito
eficiente.

Penso que um dos pontos que podemos atuar, e aí as redes sociais podem se
tornar um veículo fundamental contra os abusos que sofremos no dia a dia com
a mídia, políticos e lobbies trabalhando contra o tempo todo. Explico.
Bebida alcoólica não deve ter publicidade, as crianças devem ser protegidas
dessa afronta e jamais, num país sério, bebida alcoólica patrocinaria
atividades esportivas, que tocam especialmente nos adolescentes. Bebida
alcoólica em estádios? Absurdo que vai contra o bom senso de qualquer pessoa
com QI acima de 50. Alguma coisa começou a ser feita, mas falta muito, muito
mais. Podemos lutar por isto.


BOAS FESTAS E QUE EM 2012 POSSAMOS TRABALHAR DE MANEIRA MAIS ASSERTIVA,
ENFRENTANDO OS NOSSOS VERDADEIROS INIMIGOS: POLÍTICOS APOLÍTICOS E A
CORRUPÇÃO.

UM ABRAÇO A TODOS.
Leia abaixo o artigo do Paulo Delgado

Como Fazer o Sofrimento Gerar Mais Afeição?

Paulo Delgado(*)

O sofrimento virou doença. Qualquer mal-estar diante do mundo, um distúrbio.
A ambição grandiosa da psiquiatria está cada vez mais parecida com o sem
limite do mercado financeiro. Querem que todos vivam suas leis de ferro,
amedrontados e submissos. Nada melhor para a criação de crises do que um
poder sem sociedade, com regras próprias, exercido sobre todas as pessoas,
sem que elas tenham direito de reagir ou ficarem indiferentes. Basta dar o
nome de diagnóstico para relacionar sintomas e definir como transtorno
qualquer manifestação da personalidade.

Quando a prática da medicina, subjugada à indústria de medicamentos, se
oferece como cárcere, ficamos diante de uma verdadeira bomba embrulhada como
se fosse terapia. Pior quando uma especialidade médica transforma em missão
sanitária esconder hábitos e tarefas de uma sociedade indiferente a vida dos
outros e que só vê as pessoas de forma binária: com sucesso, ou fracassadas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anda preocupada com a definição de
doença mental que a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Doença Mental — universalmente conhecido como DSM-V — anda preparando. A ser
lançada em 2013, mas já objeto de tensa polêmica no meio psiquiátrico,
especialmente norte-americano, a nova edição da DSM, transforma o cérebro
num disco rígido. Um computador sem alma, intoxicado, num mundo cada vez
mais doente e que somente poderá ser salvo por remédios. A OMS alerta que
não aceita a desenvoltura da classificação, porque não é doença o que não
pode ser caracterizado patologicamente, tem etiologia desconhecida, não
possui padrão uniforme, não pode ser confirmado.

Quem não viveu alguma vez na vida, alguma destas graves “doenças”
psiquiátricas: abuso ou abstinência de substâncias, ansiedade, autismo,
déficit de atenção, transtorno bipolar, confusão, desatenção, tendência à
psicose, transtorno de personalidade, comportamento antissocial, apego
reativo, amnésia, esquizofrenia, distúrbios diversos, etc. São tantos os
nomes das “doenças do nervo” que agora viraram sinônimos de remédios e
comportamentos, que começa a ficar preocupante o convívio humano. A menos
que a sociedade perceba a gravidade dessa verdadeira epidemia que é querer
tratar pela psiquiatria as dificuldades e problemas que fazem parte da vida.
Junte os ritmos cada vez mais velozes e insanos da vida diária a esta forte
tradição que tem a medicina de “encaixar um sintoma”, prescrever um remédio
e mandar para o hospital que vamos todos viver dopados. Qual é a definição
precisa de transtorno mental? Quem pagará pela tragédia que o diagnóstico
errado causa na vida das pessoas?

Qualquer coisa malfeita afeta todos. Mas quando é feita na rua aos olhos de
todos como se fosse uma acusação, seja pelos despossuídos que usam crack,
seja pelas autoridades que usam o arbítrio para fazer a cidade limpa, há aí
outra vertente impiedosa dessa epidemia da tutela. Aqui o erro vem na sua
forma prática como serviço, depósito de exilados. No mesmo embrulho mistura
arbítrio e falsa legalidade e dá o nome de tratamento para o que é abandono.
Chama de falha moral a ousadia de esses jovens se desintegrarem nas ruas e
praças. O usuário de crack compartilha a única localização no espaço urbano
onde o efeito do que ele faz não é insignificante para os outros. Gerador de
atenção e afeição momentânea não consegue transformar em sonhos o que está
vivendo. Se o judiciário diz que é legal passeata para defender o que é
considerado ilegal, de onde sai a ousadia da autoridade para recolher das
ruas e retirar direitos de jovens pobres e abandonados? Onde pretende
devolvê-los?


Dar o nome de terapia à indiferença social e ao fracasso da política pública
— que não tem força para destinar recursos para serviços abertos 24h,
descentralizados e multiprofissionais de acolhimento — só confirma a força
que a indústria médica da tutela continua a ter sobre a população.
O que só aumenta a tragédia que é ver o sofrimento não gerar mais afeição.


Paulo Delgado - é sociólogo, foi deputado federal pelo PT de Minas e autor
da Lei da Reforma Psiquiátrica.

E-mail: contato@paulodelgado.com.br - O Globo – 05/12/2011

***
Texto recebido da Dra. Dirce de Assis RudgeIlustração: AlieneImagens:
Internet

--
Adê Cardoso
HumanizaSUS Manaus
Gerência de Educação na Saúde - GESAU
Secretaria Municipal de Saúde de Manaus - SEMSA
Av. Mário Ypiranga, 1675 Parque Dez.
Fone/Fax: +55 (92) 3236-8987
Cel:+55 (92) 8842 8247
Voicenet:8987
Manaus, Amazonas, Brasil

sexta-feira, dezembro 9

ALGO QUE AS ESCOLAS NÃO ENSINAM

Aqui estão 11 conselhos que Bill Gates recentemente ditou numa conferência em uma escola secundária, que os estudantes não aprenderiam na escola.
Ele fala sobre como a
"política educacional de vida fácil para as crianças"
têm criado uma geração sem conceito da realidade,
e como esta política têm levado as pessoas a falharem em suas vidas posteriores à escola.


Muito conciso, todos esperavam que ele fosse fazer um discurso de uma hora ou mais...
Bill Gates falou por menos de 5 minutos, foi aplaudido por mais de 10 minutos sem parar, agradeceu e foi embora em seu helicóptero...

Regra 1
A vida não é fácil, acostume-se com isso.

Regra 2
O mundo não está preocupado com a sua auto-estima.
O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.

Regra 3
Você não ganhará R$ 20.000 por mês assim que sair da escola.
Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à
disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

Regra 4
Se você acha seu professor rude, espere até ter um Chefe. Ele não terá pena de você.

Regra 5
Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social.
Seus avós têm uma palavra diferente para isso: oportunidade.

Regra 6
Se você fracassar, não é culpa de seus pais.
Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

Regra 7
Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora.
Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e
ouvir você dizer que eles são "ridículos".

Então antes de salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto

Regra 8
Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim.
Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances
precisar até acertar.
Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real.
Se pisar na bola, está despedido... RUA !
Faça certo já na primeira vez

Regra 9
A vida não é dividida em semestres.
Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que os seus colegas de trabalho o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

Regra 10
Televisão NÃO é vida real.
Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a danceteria e ir trabalhar.

Regra 11
Seja legal com os C.D.Fs. (Cús de ferro) aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas.
Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles.

quinta-feira, setembro 1

A FALTA DE "AMOR" TEM SIDO O MAIOR DESASTRE DA HUMANIDADE



Enviado por Nercinda C Heiderich em seg, 22/11/2010 - 15:24.

Preconceitos, discriminação, nunca deixarão de ser uma prática do ser humano.

O ser humano discrimina, tanto brancos como negros, desde que não se enquadram nos padrões exigidos pela sociedade em seus interesses sociais, econômicos, sexuais e por aí vai...



Os pastores, padres etc. se baseiam nas Escrituras Sagradas.

Quando criticamos os evangélicos, também estamos discriminando-os, por sua ideologia. Embora, muitos se esquecem que há muito mais coisas pra se preocuparem. "Se esquecem que a fé sem obras é morta".


O que precisamos entender é que cada um defende aquilo em que acredita.



O que não é aceitável são as formas de lidar com estas questões.

Não são só os homossexuais que tem sido violentados e mortos. Moradores de ruas, doentes mental nas ruas, em casa, e especial, em “clínica psiquiátrica”, prostituta etc. Basta não ter as características convencionais pra serem discriminados.


O que eu acho é que os homossexuais não precisam se expor. Que sejam discretos nas suas escolhas.
Um casal heterossexual, pra mostrar que são felizes, não precisa sair pelas ruas se agarrando, se expondo e etc.
O que acontece com a maioria dos casais de mesmo sexo é a exposição.
Toda exposição contagia ou contamina. Seja ela, boa ou ruim.



Resumindo:

A falta de amor e respeito pelo próximo
tem sido o maior desastre da humanidade!


Nercinda C. Heiderich









domingo, maio 8

Frase de Mãe: O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho."

Agatha Christie

sábado, abril 23

A ORAÇÃO QUE CAUSOU CONTROVÉRSIA...

A ORAÇÃO QUE CAUSOU CONTROVÉRSIA...

Talvez queira ler esta oração que foi feita em Kansas, na sessão de inauguração da 'Kansas House of Representatives. ' Quando se pediu ao reverendo Joe Wright que fizesse a oração de abertura no Senado de Kansas, todos esperavam uma oração ordinária, mas isto foi o que todos escutaram:

"Senhor viemos diante de Ti neste dia, para Te pedir perdão e para pedir a Tua direção. Sabemos que a Tua palavra disse:

'Maldito aqueles que chamam "bem" ao que está "mal“, e é exatamente o que temos feito. Temos perdido o equilíbrio espiritual e temos mudado os nossos valores. Temos explorado o pobre e temos chamado a isso "sorte". Temos recompensado a preguiça e chamamos de "Ajuda Social".
Temos matado os nossos filhos que ainda não nasceram e temos chamado isso de “a livre escolha".
Temos abatido os nossos condenados e chamamos de "justiça". Temos sido negligentes ao disciplinar os nossos filhos e chamamos “desenvolver a sua auto-estima”.
Temos abusado do poder e temos chamado a isso: "Política".
Temos cobiçado os bens do nosso vizinho e a isso temos chamado "ter ambição". Temos contaminado as ondas de rádio e televisão com muita grosseria e pornografia e temos chamado "liberdade de expressão".
Temos ridicularizado os valores estabelecidos desde há muito tempo pelos nossos ancestrais e a isto temos chamado de "obsoleto e passado".

“Oh Deus! Olhai no profundo de nossos corações; purificai-nos e livrai-nos dos nossos pecados. Amém.”
A reação foi imediata.
Um Parlamentar abandonou a sala durante a oração.
Três outros criticaram a oração do Padre classificando a oração como “uma mensagem de intolerância”.
Durante as seis semanas seguintes, a Igreja 'Central Catholic Church‘ onde trabalha o sacerdote Wright recebeu mais de 5.000 chamadas telefônicas, das quais só 47 foram desfavoráveis.
Esta Igreja recebe agora petições do mundo inteiro, da Índia, África, Ásia, para que o pároco Wright ore por eles.
O comentarista Paul Harvey difundiu esta oração na sua emissão de rádio ' The Rest of the Story ', (O Resto da História), e recebeu um acolhimento muito mais favorável por esta emissão, que por qualquer outra.
“Com a ajuda de Deus, gostaríamos que esta oração se derramasse sobre a nossa nação, e que nasça em nossos corações o desejo de chegar a ser uma ‘‘Nação debaixo do olhar de Deus”.
Se você pode fazer isso, envia esta oração aos teus amigos e em 30 dias o mundo inteiro a terá lido.
Se não temos o valor de nos mantermos firmes nas nossas convicções, então cairemos diante de qualquer outro argumento, ou inimigo.

terça-feira, abril 19

A ?nica pena de pris?o perp?tua no Brasil: o manic?mio

A ?nica pena de pris?o perp?tua no Brasil: o manic?mio
Antonio Baptista Gonçalves - 01/02/2007

O artigo 97 em seu par?grafo primeiro ? claro:

?A interna??o, ou tratamento ambulatorial, ser? por tempo indeterminado, perdurando enquanto n?o for averiguada, mediante per?cia m?dica, a cessa??o de periculosidade?.

Se comparada ? pena diversa da medida de seguran?a temos um entendimento diverso:

?Artigo 55. A dura??o das penas privativas de liberdade n?o pode, em caso algum, ser superior a trinta anos, nem a import?ncia das multas ultrapassar cem contos de r?is.?

Sendo assim, faz-se pungente uma compara??o entre pena e medida de seguran?a.

As medidas de seguran?a tamb?m s?o san??es penais, entretanto, diferem pela natureza e fundamento. As penas t?m car?ter retributivo-preventivo e se baseiam na culpabilidade, as medidas de seguran?a t?m natureza preventiva e encontram fundamento na periculosidade do sujeito.

A defini??o parece um pouco rasa, ent?o trazemos a defini??o e pena de Roberto Delmanto: ?Pena ? a imposi??o da perda ou diminui??o de um bem jur?dico, prevista em lei e aplicada pelo ?rg?o judici?rio, aqu?m praticou il?cito penal. Ela tem finalidade retributiva, preventiva e ressocilizadora. Retributiva, pois imp?e um mal (priva??o de bem jur?dico) ao violador da norma penal. Preventiva, porque visa a evitar a pr?tica de crimes, seja intimidando a todos, em geral, como o exemplo de sua aplica??o, seja, em especial, privando da liberdade o autor do crime e obstando que ele volte a delinq?ir. E ressocializadora, porque objetiva a sua readapta??o social?. Contido in C?digo Penal Comentado, 4? ed., 1999, p?gina 63.

Se a finalidade da pena ? a retribui??o, o agente que recebeu a medida de seguran?a nunca poder? devolver ? sociedade coisa alguma, porque sua liberdade foi extirpada por tempo indeterminado.

O mesmo conceito se aplica ? ressocializa??o, pois um indiv?duo condenado a uma interna??o em um manic?mio por tempo indeterminado n?o poder? ser ressocializado em tempo algum.

E a explica??o da n?o ressocializa??o paira na condi??o dos manic?mios brasileiros. As pessoas que chegam nesses locais est?o confinadas e destinadas a serem doentes pelo resto de suas vidas.

N?o existe um acompanhamento individualizado, an?lises psicol?gicas, ministra??es de rem?dio individualizada. E muito menos um reexame necess?rio para tratar da progress?o do doente.

Os tidos como loucos s?o tratados como completos alienados e rec?m uma medica??o uniforme, e a preocupa??o em sua ressocializa??o e recupera??o ? a mesma de ressocializar um psicopata.

E a culpa n?o ? do profissional m?dico ou psiquiatra que trata dos doentes, mas sim da falta de suprimentos e infra-estrutura oferecida pelo governo aos pacientes.

O fornecimento do pr?dio n?o implica que todos os problemas estejam resolvidos. O m?dico n?o pode deixar de ministrar uma medica??o, e o que poder? ser feito se n?o existe o rem?dio adequado para cada tipo de doen?a dentro do sanat?rio?

Os doentes s?o os maiores prejudicados, pois s?o tratados com descaso pelo governo e a sua conseq?ente n?o melhora implica num total desestimulo por parte de seus familiares. Isto resulta num esquecimento progressivo da exist?ncia do enfermo.

E, ao inv?s de ir se recuperando para um conv?vio social sadio, o doente se afasta mais e mais da sociedade. A alega??o ? a padronizada: falta de recursos. Mas, afinal, ? para quem a falta de recursos, para o doente ou para quem o trata?

O doente ao ser tratado da forma incorreta recebe uma dupla puni??o, o que n?o parece ser legislativamente correto. Do ?mbito moral ent?o...

Existem ainda uns poucos focos de resist?ncia, o denominado movimento antimanicomial. E algumas conquistas foram obtidas, como a reforma psiqui?trica brasileira, com uma n?tida cobran?a por pol?ticas p?blicas mais adequadas. O resultado fora a Lei n? 10.216/2001 e a Resolu??o n. 60/2004, do Conselho Municipal de Sa?de.

Muito causa esp?cie em tempos de despenaliza??o, de desenvolvimento do direito penal m?nimo, a mantenedura de um dispositivo como o da medida de seguran?a no C?digo Penal Brasileiro.

Numa evolu??o legislativa crescente, o tema do louco e do incapaz j? era tratado desde o C?digo Criminal do Imp?rio, atrav?s do artigo 64:

?Os delinq?entes que, sendo condemnados, se acharem, no estado de loucura, n?o ser?o punidos emquanto nesse estado se conservarem.?

O mesmo se observa no C?digo Penal de 1890, atrav?s do artigo 29:

?Os indiv?duos isentos de culpabilidade em resultado de affec??o mental ser?o entregues ?s suas fam?lias, ou recolhidos a hospitaes de alienados, si o seu estado mental assim exigir para seguran?a do publico?.

O que sempre se ouve ? que a mentalidade dos legisladores evoluiu no espa?o-tempo, afinal, o car?ter punitivo, e principalmente as penas foram sendo abrandadas com a evolu??o dos c?digos. Entretanto, no caso da medida de seguran?a, o caminho foi diametralmente oposto.

O c?digo de 1940 tem um rigorismo muito maior que o C?digo Criminal, ou mesmo o C?digo Penal de 1890, que determinava o recolhimento, n?o por prazo indeterminado, ou na casa dos familiares ou em local pr?prio.

E o que aconteceu? O condenado ganhou uma pena de morte num pa?s que se orgulha de ser ?humanit?rio?. Porque se um indiv?duo n?o tem o tratamento necess?rio, o acompanhamento devido, n?o ter? como sair do hospital, e, por conseguinte, ser? considerado um morto social. Seu conv?vio sadio e normal nunca voltar? a existir.

N?o ? um crit?rio de justi?a e imparcim?nia. O louco deve ser tratado de uma maneira especial, mas nunca como um alienado e desesperan?oso de recupera??o.

Uma pessoa com recursos faz an?lise para tratar de seus problemas. Num est?gio mais avan?ado faz tratamento psiqui?trico a base de rem?dios. Ora, a diferen?a da senten?a ? financeira? Quem tem dinheiro se trata da maneira adequada e tem cura. Quem n?o o tem ? jogado a pr?pria sorte.

O doente n?o pode responder com sua sa?de pela completa incapacidade do Estado. Se este n?o tem os recursos adequados para tratamento, ent?o que seja revista a pena. Manter uma pessoa isolada apenas para afast?-la do conv?vio social e assim proteger a comunidade n?o ? uma solu??o justa.

O pre?o a ser pago ? muito grande. A Constitui??o Federal em seu artigo 5? ? clara:

?Todos s?o iguais perante a lei, sem distin??o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no pa?s a inviolabilidade do direito ? vida, ? liberdade, ? igualdade, ? seguran?a e ? propriedade, nos termos seguintes (grifo nosso):

III ? ningu?m ser? submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.?

A continuidade da exist?ncia dos manic?mios nas condi??es atuais representa um desrespeito ? pr?pria Constitui??o Federal de 1988.

O doente deve ser tratado de forma digna, e sua vida n?o pode ser vilipendiada como um simples objeto que se descarta.

A vida humana ? valorosa demais para ser esquecida e confinada entre quatro paredes sem qualquer possibilidade de recupera??o. A pena n?o pode passar da pessoa do condenado, e muito menos ser a vida do condenado.

Uma reforma se faz urgente no C?digo Penal. A mantenedura da medida de seguran?a por tempo indeterminado e nas condi??es em que ? aplicada ? uma clara viola??o aos direitos humanos fundamentais. E pelo que se exige no Pacto de San Jose da Costa Rica, todos os signat?rios devem se submeter ao que disp?e o texto legal.

O doente mental merece respeito. Os manic?mios merecem reformas, mas os legisladores merecem uma nova mentalidade. Violar os direitos humanos por falta de condi??es ? o pior dos crimes contra a vida humana, matar socialmente pode ser muito pior do que um homic?dio. Reforma j

segunda-feira, abril 11

BULLYING

INSTRUAM SEUS FILHOS... A menina que você chama de gorda, passa dias sem comer para perder peso. O menino que você chama de burro, quem sabe tenha problemas de aprendizagem. A menina que você acabou de chamar de feia passa horas arrumando-se para que pessoas como você a aceitem. O menino que você provoca e goza na escola, pode receber maus tratos em casa e você só estará contribuindo para destruir sua auto-estima. Se você é contra BULLYING (violência psicológica) e quiser… Compartilhe! Por: Emilia Ribeiro Gonçalves

quinta-feira, março 17

Solidão

SOLIDÃO

Um frio enorme esta minha alma corta,
e eu me encolho em mim mesmo: - a solidão
anda lá fora, e o vento à minha porta
passa arrastando as folhas pelo chão...


Nesta noite de inverno fria e morta,
em meio ao neblinar da cerração,
o silêncio, que o espírito conforta,
exaspera a minha alma de aflição...


As horas vão passando em abandono,
e entre os frios lençóis onde me deito
em vão tento conciliar o sono


A cama é fria... O quarto úmido e triste...
- Há uma noite de inverno no meu peito,
desde o instante cruel em que partiste...
J. G. de Araújo Jorge
Postado por Nercinda Heiderick às 10:56 0 comentários

terça-feira, março 15

sábado, 14 de março de 2009
Carta aberta aos direitos humanos
No Brasil muitas pessoas estão sendo mantidas em cárcere sem que tenham cometido crime algum. Alega-se que se tratam de doentes mentais quando, na verdade, elas não tem doença alguma, excetuando as causadas pelas próprias drogas que lhes são ministradas a força.


Essas pessoas vivem completamente alienadas, pois lhes é negado o acesso a cultura, a informação de bom nível, ao estudo e ao desenvolvimento enquanto seres humanos.


Cito o caso do interno Wilson Madeira do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, vítima de drogadição e, possivelmente, de abuso sexual por parte de funcionários do HPJ e de outros internos. Menciono também o meu caso: após obter a sétima colocação brasileira na Olimpíada Iberoamericana de Matemática Universitária em 2006 sofri diversas internações absolutamente sem necessidade médica e sem que se cumprissem as condições para tanto. A motivação foi de caráter pessoal ou político.


Nessas internações tentaram, por diversas vezes, matar-me provocando um enfarte via mistura de medicamentos. Acordava a noite com 152 pulsações por minuto e ia queixar-me a enfermeira. Ela media meu pulso e dizia que estava normal, negando o obvio para não criar problemas com seus superiores. Quando chamavam um médico a única finalidade dele era me ministrar mais remédios - os mesmos que causaram a taquicardia. Certa vez, no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, perdi o equilíbrio e caí no chão. De tal forma fui drogado pelos meus algozes que vi o chão ir e voltar rapidamente e várias vezes, diante de meus olhos. Não sei porque tentaram matar-me, tudo que imagino até agora a esse respeito é mera conjectura.


Cito também o caso de Geraldo Lousada que é mantido em cárcere contra a vontade já há mais de 10 anos na Casa de Saúde Saint Roman, na cidade do Rio de Janeiro. Geraldo foi meu companheiro de quarto e manifesta constantemente a vontade de voltar para casa. Não percebi no comportamento dele nenhum motivo que justificasse sua internação por tanto tempo.


Há, ainda, o caso de Bruno Guimarães da Fonseca que é inteligente e não tem nenhuma doença mental. Ao contrário, ele é culto, busca desenvolver-se e manter a saúde. A despeito disso ele é mantido preso (internado) e se torna um verdadeiro escravo dos caprichos da família.


Penso que esta situação se mantém por três motivos:


•A necessidade que o governo tem de uma opção para silenciar opositores políticos;
•O fortalecimento da indústria de drogas psicotrópicas que movimentam cerca de 1 trilhão de dólares por ano;
•A satisfação das pessoas mais velhas da família, que representam o poder instituído, em destruírem a vida de quem consideram não merecedores do sucesso, mantendo-as legalmente presas.
Mortes suspeitas pelo uso de drogas psicotrópicas ocorrem e algumas delas são noticiadas pela imprensa. A mais comentada foi a do campeão de Jiu-jitsu Ryan Gracie, que foi morto devido à administração dessas drogas.


Também há o caso de minha avó, Dermontina da Silva Campos, que aos 91 anos de idade foi submetida a drogadição por sua filha Vera Lucia de Campos que - amparada por médicos e pela cultura da impunidade e do favorecimento do status quo - ministrou Haloperidol e Neozine à sua mãe idosa, levando-a da incapacidade relativa à incapacidade total e finalmente à morte ao cabo de alguns meses. Então forjaram um laudo em que Dermontina teria, supostamente, morrido em decorrência do mal de Alzeimer, doença que sequer foi cogitada enquanto minha avó ainda estava lúcida.


Tenho medo de morrer do mesmo modo.


Há um exame neurológico - ressonância com espectroscopia - que determina se alguém é esquizofrênico ou não. Entretanto, tal exame é feito muito raramente e geralmente a autoridade de um psiquiatra é suficiente para que uma pessoa seja considerada portadora de esquizofrenia. A autoridade psiquiátrica é tomada como verdade por todos, inclusive pelos demais médicos, sem que seja exigido o exame correspondente. Isto dá margem às mais absurdas arbitrariedades no que tange à diagnósticos psiquiátricos de esquizofrenia.


Tenho corrido risco de morte a cada nova internação. Tenho seqüelas das drogadições a que fui submetido à força desde 2007. Sofro de hipotireoidismo em decorrência dos remédios que me deram. Lesões neurológicas que quiça hoje eu tenha são devidas às drogadições a que fui submetido, e não a nenhuma doença pré-existente.


Pessoas de poder tem se valido da medicina para eliminar adversários. O serviço secreto tem sido usado para eliminar quem pode incomodar os poderosos. Penso que a princesa Diana tenha sido morta pelo serviço secreto, que meramente realizou o trabalho para o qual foi constituído: garantir que o poder permaneça nas mãos sujas de quem já o possua. O ex-presidente do Brasil, João Goulart, também foi morto desse modo e pelo mesmo tipo de pessoas. Também há que se mencionar Tancredo Neves, que morreu com um tiro. No dia do atentado a reporter Glória Maria, fazendo seu trabalho, iniciou a reportagem: "O presidente Tancredo Neves acaba de levar um" e a reportagem foi cortada, Glória Maria ficou um bom tempo sem aparecer e finalmente o assunto se transformou numa lenda, uma mera curiosidade.


Friso que muitas mortes como as aqui relatadas ainda ocorrem na atualidade no Brasil e, provavelmente, em todo o mundo.

domingo, março 6

VEM SER COMIGO

Vem ser comigo
Quero ser contigo
Mas não tem que ser
Do mesmo jeito que eu costumo ser
No que for igual caminharemos juntos
E as diferenças a gente respeita

Na mesma ciranda
E no mesmo jardim
Há flores diferentes
No mesmo canteiro
E na mesma sementeira
Há brotos diferentes e delicados

Não são iguais, não é a mesma coisa
Mas o cuidador sabe o que fazer
Só quem não é cuidador
Não consegue entender!
Só quem não é cuidador
Não consegue entender!

Diferentes mas iguais
É preciso e é possível ser diferente
Pensar e agir diferente
Mas viver e ser em paz
Elias J. Silva.

sexta-feira, fevereiro 25

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Declaração Universal dos Direitos Humanos*

1. Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.

2. Toda pessoa deve possuir os mesmos direitos e liberdades, sem qualquer distinção.

3. Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

4. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão.

5. Ninguém será submetido a torturas ou castigo cruel.

6. Todo ser humano será reconhecido como pessoa perante a lei.

7. Toda pessoa deve ser protegida igualmente perante a lei, sem discriminação.

8. Toda pessoa deve ter acesso à justiça para reparar violação dos seus direitos.

9. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

10. Toda pessoa tem direito a julgamento público, imparcial e justo.

11. Toda pessoa acusada será presumida inocente até que sua culpa seja provada.

12. Ninguém sofrerá interferências em sua vida privada, nem ataques a sua honra e reputação.

13. Toda pessoa tem o direito de ir e vir, bem como o de residir dentro ou fora de seu país.

14. Toda pessoa perseguida tem direito a procurar asilo em outro país.

15. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.

16. Toda pessoa tem o direito de constituir família, mas não será obrigada a isso.

17. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.

18. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião.

19. Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e de expressão.

20. Toda pessoa tem direito de se reunir e de se associar, pacifi camente, não podendo ser

obrigada a isso.

21. Toda pessoa tem direito de participar do governo, de ter acesso ao serviço público e de

eleger livremente seus representantes.

22. Toda pessoa possui direitos econômicos, sociais e culturais.

23. Toda pessoa tem direito ao trabalho, a um salário justo e à sindicalização.

24. Toda pessoa tem direito ao repouso, ao lazer e a férias remuneradas.

25. Toda pessoa tem direito à saúde, ao bem-estar e à proteção social, principalmente as mães

e as crianças.

26. Toda pessoa tem direito a uma educação de qualidade, que garanta o pleno desenvolvimento

da personalidade humana.

27. Toda pessoa tem direito a participar da vida cultural e receber os benefícios do progresso da ciência.

28. Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional onde cada país respeite os

princípios desta declaração.

29. Toda pessoa tem o dever de contribuir para que os direitos de todos sejam respeitados,

conforme os princípios das Nações Unidas.

30. Nenhuma pessoa, grupo ou Estado poderá suprimir os direitos e liberdades estabelecidos

nesta Declaração.

* Versão simplifi cada, elaborada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República durante as

comemorações do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 2008.

domingo, fevereiro 6

O que melhora no atendimento
é o contato afetivo de uma pessoa com outra
O que cura é a alegria,
o que cura é a falta de preconceito."

Nise da Silveira

"Não pense em termos de certo ou errado, melhor ou pior.
Não seja contra ou a favor.
Nas colinas, durante a primavera, não há melhor ou pior...
os ramos floridos crescem naturalmente, uns longos outros curtos."

Bruce Lee

Seria bom se fôssemos todos iguais em aparência,
de forma a confundirmos uns com os outros.
Ou que ao menos respeitássemos as diferen

domingo, janeiro 16

Eu Aprendi

Cerca de 589 frases e pensamentos: eu aprendi

Eu aprendi……que eu não posso exigir o amor de ninguém.
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto;…que não importa o quanto certas coisas são importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e jamais conseguirei convencê-las;…que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.

Eu aprendi……que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando;…que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida;…que por mais que você corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo que cortamos de nosso caminho.

Eu aprendi……que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser e devo ter paciência;…que posso ir além dos limites que eu próprio me coloquei;…que eu preciso escolher entre controlar meu pensamento ou ser controlado por ele.

Eu aprendi……que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem;…que perdoar exige muita prática;…que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.

Eu aprendi……que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar minha vida;

Eu aprendi……que eu posso ficar furioso, tendo o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.

Eu aprendi……que a palavra “AMOR” perde o sentido, quando usada sem critério;…que certas pessoas vão embora de qualquer maneira;…que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas que eu acredito.

Se aprendessemos algumas coisas, tudo seria mais fácil…certas coisas realmente eu já aprendi…outras…ainda não…estou tentando…o que vale é a intenção...William shakespeare

segunda-feira, janeiro 10

Vem ser comigo
Quero ser contigo
Mas não tem que ser
Do mesmo jeito que eu costumo ser
No que for igual caminharemos juntos
E as diferenças a gente respeita

Na mesma ciranda
E no mesmo jardim
Há flores diferentes
No mesmo canteiro
E na mesma sementeira
Há brotos diferentes e delicados

Não são iguais, não é a mesma coisa
Mas o cuidador sabe o que fazer
Só quem não é cuidador
Não consegue entender!
Só quem não é cuidador
Não consegue entender!

Diferentes mas iguais
É preciso e é possível ser diferente
Pensar e agir diferente
Mas viver e ser em paz

Elias J. Silva

sábado, janeiro 8

CONVITE

Convido você a caminhar pelos caminhos da PAZ

A navegar nas águas puras da PAZ
A escalar as montanhas da PAZ

A descer às planícies da PAZ
A mergulhar nas profundezas da PAZ
A desvendar os mistérios da PAZ

Quero que a PAZ aconteça
Quero a PAZ dos vivos
Não quero a paz dos mortos
Quero a PAZ dos livres
Não quero a paz dos cativos
Quero a PAZ que engrandece
Não quero paz que aliena
Quero PAZ real
Não quero paz alienígena

Quero PAZ de entendimento
De Justiça
De igualdade
De vida plena
De liberdade
De solidariedade

Quero PAZ de ternura
De amor
De perdão
De carinho
De benquerença
De amizade

Quero a PAZ da conquista
Da luta pela causa justa
Da partilha dos bens e dos valores humanos
Da socialização do Saber
Do Ser pleno
E do Ter social bem distribuído

Não quero a paz das catacumbas
Não quero a paz dos escombros
Não quero a paz das cavernas
Não quero a paz dos poderosos
Não quero guerra!
O que eu quero é PAZ!

Quero PAZ para viver
Quero a PAZ que traz a luz
Quero a PAZ do amanhecer
E no entardecer quero PAZ
Quero a PAZ dos corações
Quero a PAZ das multidões
Quero PAZ social
Quero PAZ coletiva
Quero PAZ em mutirão
Quero a PAZ da SAÚDE em plenitude
Quero PAZ comunitária
E o mundo uma só nação!

Blog de Elias J. Silva 68 leituras
Tags: Poesia e educação popular
Estado/cidade: Ceará/Fortaleza

terça-feira, janeiro 4

A ESPIRITUALIDADE DA VERGONHA

Na oração de confissão de Daniel há uma declaração que vem se tornando cada dia mais rara entre nós: "
A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha” (Dn 9.7). Isto não acontece mais.
Somos demasiadamente tolerantes para “corar de vergonha”.
Mesmo diante de fatos trágicos e deploráveis que vemos todos os dias, o máximo que conseguimos é uma indignação passageira. Porém, é a possibilidade de corar de vergonha que não me permite rir da corrupção, achar normal a promiscuidade, conviver naturalmente com a maldade e a mentira, ou, ainda, achar graça da injustiça.

Vivemos numa cultura que se orgulha do pecado, glamourizando-o através dos meios de comunicação, fazendo das tribunas públicas um palco de mentiras, organizando marchas para celebrá-lo, rindo da corrupção, exaltando a esperteza.

E ninguém fica corado de vergonha.

Daniel contrasta, de um lado, a natureza justa de Deus e, de outro, a corrupção e a injustiça do seu povo. Ele só é capaz de fazer isto porque sua ética e moral estão ancoradas em verdades absolutas sobre as quais não pode haver tolerância. A conclusão a que ele chega é que, diante da justiça divina e do quadro trágico de um povo que se orgulha de sua maldade, o que sobra é o

corar de vergonha”.

Ele nos apresenta aqui a importância de uma vergonha saudável e essencial na preservação da dignidade humana e espiritualidade cristã.

A vergonha aqui é a virtude que nos ajuda a reconhecer nossos erros, limitações, faltas e pecados porque ainda somos capazes de perceber que existe algo melhor, mais belo, mais sublime, mais nobre, mais justo, mais santo e mais humano pelo qual vale a pena lutar.

A vergonha nos impõe um limite.

É por isto que o caminho para o crescimento e amadurecimento passa pela capacidade de ficar corado de vergonha diante de tudo aquilo que compromete a justiça e a santidade.

No caminho da santidade lidamos com o amor, verdade, bondade, justiça, beleza, entrega, doação e cuidado. A falta de vergonha nos leva a negar este caminho e optar pela mentira, manipulação, engano, falsidade, hipocrisia e violência.

Corar de vergonha” é uma virtude que falta na experiência espiritual moderna, a virtude de olhar para o pecado que habita em nós, a mentira e o engano que residem nos porões da alma, a injustiça que se alimenta do egoísmo, a malícia que desperta os desejos mais mesquinhos, e se entristecer.

Precisamos reconhecer que foram os nossos pecados que levaram o Santo Filho de Deus a sofrer a vergonha da cruz. Quando olhamos para a cruz e contemplamos nela a beleza e a pureza do amor, só nos resta “corar de vergonha”.

Pr. Ricardo Barbosa – Revista Ultimato – Com adaptações.
Pr. Robson Wesley
Estudo publicado no Boletim IMGD Setembro/2008