quinta-feira, abril 30

Um poema para Bárbara

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Estudo altera data da morte de Anne Frank em campo de concentração nazista

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Morte de Anne Frank teria ocorrido em fevereiro de 1945 e não em março, como se acreditava
Morte de Anne Frank teria ocorrido em fevereiro de 1945 e não em março, como se acreditava
Adolescente judia escreveu diário que tornou-se ícone do holocausto durante Segunda Guerra Mundial
Publicado no Divirta-se
A adolescente judia Anne Frank, que teve seu diário lido por milhões de pessoas, faleceu pelo menos um mês antes da data oficial de sua morte, segundo as conclusões de um novo estudo publicado nesta terça-feira, 31. “A investigação joga nova luz sobre os últimos dias de Anne Frank e de sua irmã Margot”, afirma um comunicado da Casa Anne Frank, divulgado na data de aniversário da morte da famosa adolescente.
“Suas mortes aconteceram em fevereiro de 1945, e não em março”, segundo a instituição. Anne e Margot Frank morreram no campo de Bergen-Belsen entre 1 e 31 de março, informou a Cruz Vermelha na ocasião. As autoridades holandesas adotaram a data de 31 de março.
A família Frank se escondeu em 1942 em um anexo secreto de um edifício da empresa de seu pai, Otto, com o objetivo de escapar dos alemães. A adolescente escreveu no local seu diário, que se tornou um dos relatos mais emblemáticos da ocupação nazista, até que a família foi detida e deportada.
Entre junho de 1942 e agosto de 1944, Anne registrou em diário o cotidiano com sua família judia; textos formaram crônica da vida em um esconderijo improvisado, onde os Frank viviam enquanto eram perseguidos pelo regime nazista
Anne e Margot morreram vítimas de tifo em Bergen-Belsen, com 15 e 19 anos respectivamente. Sua mãe, Edith, faleceu em Auschwitz e o pai, Otto Frank, o único dos oito habitantes do anexo secreto que conseguiu sobreviver ao Holocausto, morreu em 1980 com 91 anos.
O novo estudo examina o trajeto de viagem das duas irmãs, primeiro para Auschwitz-Birkenau e depois para Bergen-Belsen, enquanto os russos avançavam pela frente leste. Os pesquisadores se basearam principalmente em documentos da Cruz Vermelha e do Memorial de Bergen-Belsen, mas também em “diversos relatos de testemunhas e sobreviventes como foi possível”.
De acordo com quatro sobreviventes, Anne e Margot já sofriam de tifo no fim de janeiro. “A maioria das mortes por tifo acontece 12 dias depois do surgimento dos primeiros sintomas”, destacam os investigadores, que citam o Instituto Holandês de Saúde Pública.
Enviadas ao campo de concentração Bergen-Belsen em outubro de 1944, Anne Frank (à direita) e a irmã Margot contraíram tifo e morreram no início do ano seguinte
Enviadas ao campo de concentração Bergen-Belsen em outubro de 1944, Anne Frank (à direita) e a irmã Margot contraíram tifo e morreram no início do ano seguinte

Melhor amiga de Anne Frank foi salva por oficial nazista

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amiga anne frank
A história de como Jacque van Maarsen conseguiu se livrar dos campos de concentração alemães mesmo sendo judia – e toda a sua relação com a amiga, que viria a ser famosa posteriormente por narrar seu cativeiro em Diário de Anne Frank
Giuliander Carpes, no Terra
Durante o período de dominação alemã da Segunda Guerra Mundial, a Holanda enviou 107 mil judeus para campos de concentração. Apenas 5,2 mil sobreviveram. Considerada por Anne Frank sua melhor amiga – conforme está escrito no seu famoso Diário -, Jacqueline van Maarsen só escapou da deportação para um destino semelhante porque seu nome entrou na lista de Hans Georg Calmeyer. À frente da Direção de Administração Interior, o advogado livrou pessoas que não fossem “puramente judias” da perseguição nazista.
Jacqueline é filha de pai judeu holandês e mãe católica francesa. Aos 86 anos, ela não sabia que seu nome constava na famosa lista de Calmeyer – pelo menos 3,7 mil judeus se livraram da morte por causa da intervenção do advogado. Foi alertada para o fato por um pesquisador durante uma palestra na Casa de Anne Frank de Berlim há poucos meses. A entrevista para o Terra em sua casa no sul de Amsterdã foi a primeira que concedeu depois de confirmar a informação.
“Não se sabe ao certo se Calmeyer salvou tantos judeus apenas porque sabia que a Alemanha perderia a guerra, mas de qualquer forma ele o fez. Quando você tinha apenas o pai ou a mãe judeu, ele organizava para que você não fosse considerado judeu”, explica Jacqueline, que perdeu muitos primos e tios por causa da perseguição dos nazistas.
“Eu não acreditei no que esse pesquisador falou logo na primeira vez, mas ele me mostrou um documento onde estavam as assinaturas da minha mãe e do meu pai. Foi esse papel que permitiu que eu não precisasse mais frequentar a escola judia e pudesse não fazer mais parte da comunidade judia à época, o que foi muito difícil porque a comunidade era muito unida e eu gostava da escola. Foi muito estranho saber disso apenas agora quando eu já tenho 86 anos.”
A amizade com Anne Frank
A relação com Anne Frank surgiu antes, quando as duas foram colegas na escola de judeus criada pelos alemães para segregá-los do restante da população. “Os alemães que haviam fugido para a Holanda eram muito unidos e não se misturavam muito com a gente. Mas, no momento que a gente se conheceu, ela deixou um pouco esse grupo (Anne era alemã). Ela era bastante doce comigo”, conta Jacqueline. “Nunca conheci ninguém que gostasse mais de viver do que Anne. Nós estávamos sempre ocupadas fazendo alguma coisa divertida.”
 Jacque van Maarsen mostra as cartas entregues pelo pai, Otto Frank: melhor amiga cumpriu a sua promessa Foto: Giuliander Carpes / Colaboração para o Terra
Jacque van Maarsen mostra as cartas entregues pelo pai, Otto Frank: melhor amiga cumpriu a sua promessa
Foto: Giuliander Carpes / Colaboração para o Terra
Mas, como é normal em qualquer idade, as duas também tinham alguns desentendimentos. “Ela era bastante ciumenta, queria que eu fosse amiga só dela. Algumas vezes ela ficava brava comigo porque eu conversava com outras pessoas”, lembra.
Quando a perseguição aos judeus aumentou, as duas fizeram uma promessa: a primeira que tivesse de fugir dos nazistas (ou que fosse capturada por eles) deixaria uma carta para a outra. Em julho de 1942, a irmã de Anne, Margot, recebeu uma carta que a ordenava a se apresentar para os alemães afim de que fosse levada para um campo de trabalho forçado.
A carta foi o estopim para toda a família Frank se esconder no anexo do prédio da antiga empresa de Otto, pai das duas. Numa tentativa de despistar os nazistas, ele deixou um bilhete avisando que todos teriam fugido para a Suíça.
Impedida pela mãe de dar qualquer pista de seu paradeiro, Anne escreveu, na verdade, mais de uma carta para Jacqueline durante (mais…)

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