28/07/2014 06h43
- Atualizado em
28/07/2014 16h01
Entenda a 1ª Guerra Mundial em 20 fotos da época
Assassinato de arquiduque serviu de estopim para o confronto bélico.
Primeiro conflito de proporção global deixou 10 milhões de mortos.
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Nesta segunda-feira (28), completam-se cem anos do início da 1ª Guerra
Mundial (1914-1918). O conflito foi o primeiro a envolver países dos
cinco continentes e deixou cerca de 10 milhões de mortos e 20 milhões de
feridos, além de resultar na queda de quatro impérios (Russo,
Austro-Húngaro, Alemão e Otomano).Veja abaixo 20 imagens que resumem o que foi a guerra:
Paz Armada
Em um período chamado de "paz armada" (1871-1914), esses países protagonizaram uma corrida armamentista que aumentava a tensão nas relações internacionais. O continente era um barril de pólvora e bastava uma faísca para que explodisse. O estopim foi um crime político.
Trabalhadores em uma fábrica de bombas na Inglaterra (Foto: Flickr/IWM Collections)
O estopim
do arquiduque Francisco Ferdinando, príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro, e de sua mulher, Sofia. Eles foram vítimas de um atentado durante visita a Sarajevo – ato com importante conteúdo político, pois buscava demonstrar o domínio austríaco sobre a região.
O crime aconteceu em 28 de junho de 1914. O autor dos disparos foi Gavrilo Princip, estudante sérvio-bósnio ligado a uma organização nacionalista. Um mês depois, em 28 de julho, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia, dando início ao confronto.
Francisco
Ferdinando e sua mulher, Sofia, deixam a Prefeitura de Sarajevo, em 28
de junho de 1914 (Foto: Reuters/JU Muzej Sarajevo)
Foto
não datada do velório do arquiduque Francisco Ferdinando e de sua
mulher, Sofia, mortos em um atentado a tiros em Sarajevo (Foto:
AP/Arquivo Histórico de Sarajevo)
Prisão de Gavrilo Princip, à direita sem chapéu, momentos após matar o arquiduque (Foto: AP)
Efeito cascata
Por causa da política de alianças, em pouco tempo praticamente toda a Europa está envolvida no conflito. De um lado estavam os países da Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro) e, do outro, a Tríplice Entente (Reino Unido, França e Rússia).
Em maio de 1915, a Itália, que pertencia à Tríplice Aliança (mas até então estava neutra), declara guerra ao Império Austro-Húngaro e muda de lado, indo a combate do lado da Entente, em troca da promessa de receber territórios.
Apesar de ser um conflito essencialmente europeu, a guerra envolveu os Estados Unidos e o Japão, e as colônias das potências da Europa também foram campos de batalha.
Em outubro de 1917, o Brasil declarou guerra à Alemanha pela mesma razão dos Estados Unidos: meses antes, navios mercantes brasileiros haviam sido afundados por submarinos alemães. Sua participação, porém, foi pequena e teve poucos reflexos na guerra.
População celebra em Berlim declaração de guerra (Foto: Flickr/The Library of Congress)
Fronteiras e trincheiras
Após vencer a resistência das forças belgas, os alemães conseguiram entrar em território francês pela fronteira do país. Em apenas um dia, 22 de agosto de 1914, 27.000 soldados franceses foram mortos, na mais importante perda para as tropas do país. Uma das principais caraterísticas dos confrontos foi o uso de trincheiras – frentes estáticas escondidas em valas cavadas no chão, protegidas por arame farpado.
Soldados alemães defendem trincheira na fronteira com a Bélgica (Foto: U.S National Archives)
Soldados franceses recolhem ferido em cidade da Bélgica, em 1914 (Foto: Flickr/The Library of Congress)
Soldados fazem reparo em trincheira após ataque a bomba (Foto: Flickr/U.S National Archives)
Imagem
aérea feita de um avião britânico mostra trincheiras cavadas na Frente
Ocidental, em junho de 1917 (Foto: Reuters/Archive of Modern Conflict
London)
Batalhas devastadoras
Foi em território francês que se travaram as principais batalhas da guerra. As mais devastadoras foram as de Verdun e Somme. A primeira durou de fevereiro a dezembro de 1916. O exército francês empenhou todos seus esforços para conter as investidas alemãs no nordeste do país. A batalha terminou com mais de 700.000 baixas.
A segunda começou em julho de 1916 e durou cerca de cinco meses. Os exércitos da França e da Grã-Bretanha investiram contra a linha de defesa alemã na região do Rio Somme, mas não tiveram êxito. Foi o conflito mais letal da guerra, com 1,2 milhão de vítimas – entre mortos e feridos de ambos os lados.
Tropas britânicas avançam durante a Batalha do Somme, em 1916 (Foto: Reuters/Archive of Modern Conflict London)
Soldados observam disparos da artilharia durante a Batalha do Somme, em 1916 (Foto: Reuters/Archive of Modern Conflict London)
Batalhas do Marne
Dois anos depois, já com os Estados Unidos lutando na guerra no lado da França e da Grã-Bretanha, houve a segunda batalha do Marne, que marcou o início do recuo geral das forças alemãs. Em julho de 1918, com a ajuda dos americanos, os exércitos aliados conseguiram barrar o avanço do exército alemão, em um conflito que causou centenas de milhares de baixas em ambos os lados.
Tropas francesas nas ruínas de uma catedral perto do Rio Marne em ataque contra os alemães (Foto: Flickr/U.S National Archives)
Munição das tropas alemãs abandonada na Batalha do Marne (Foto: Flickr/The Library of Congress)
EUA desequilibram
Foi ao lado dos americanos que os países da Entente conseguiram reagir de forma mais efetiva contra as investidas do exército alemão.
Foto de soldados americanos em material de publicidade de recrutamento (Foto: Flickr/U.S National Archives)
Artilharia pesada
Das baionetas, os exércitos passaram às metralhadoras, frotas de encouraçados, submarinos, tanques de guerra, lança-chamas e gases tóxicos. Os aviões, que antes serviam apenas para observação, começaram a ser usados em bombardeios.
Exército francês faz disparo com imenso canhão de guerra (Foto: Flickr/U.S National Archives)
Capelão faz sermão do cockpit de um avião de guerra (Foto: Flickr/National Library of Scotland)
Guerra química
Soldados
americanos posam com máscaras de gás no Laboratório de Desenvolvimento
Químico na Filadélfia, nos EUA, em 1919 (Foto: Reuters/Archive of Modern
Conflict London)
Genocídio armênio
Foi durante a 1ª Guerra que começou o genocídio armênio pela mão dos turcos, em abril de 1915. Os homens eram levados para o fronte, onde eram mortos enquanto cavavam trincheiras. Crianças, idosos e mulheres eram tirados de suas casas para "caravanas da morte", onde sucumbiam ao frio, à fome e às doenças. Os armênios afirmam que o número de mortos chegou a 1,5 milhão.
Ossada de armênios queimados vivos por soldados turcos em 1915 (Foto: Acervo/The Armenian Genocide Museum-Institute)
Revolta e revolução
Em novembro do ano seguinte, oito meses após o czar Nicolau II abdicar, começa a Revolução Russa. Em dezembro, o país assina o armistício com a Alemanha e sai da 1ª Guerra.
Soldados fazem demonstração em São Petersburgo em fevereiro de 1917 (Foto: Wikimedia Commons)
Armistícios
Estima-se que a 1ª Guerra mobilizou mais de 70 milhões de soldados dos cinco continentes e gerou custos da ordem de 180 bilhões de dólares. O conflito teve ainda 6 milhões de prisioneiros e 10 milhões de refugiados.
Em junho de 1919, é assinado o Tratado de Versalhes, que impôs as condições de paz – as mais duras para a Alemanha. O país perdeu todas as suas colônias, foi desarmado, teve parte de seu território ocupado militarmente e ainda precisou pagar uma pesada indenização pelos custos da guerra.
Tropas marcham em Londres após assinatura de armistício que deu fim à guerra, em 1918 (Foto: Flickr/National Library NZ)
*Com France Presse
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