quinta-feira, abril 1

Caso: Ana Carolina Cordovil Heiderich Silva


Após ter lido o caso de Damião Ximenes Lopes percebi que o mesmo tem semelhança com o caso da minha filha.

Internei minha filha no dia 26/11/2006 por volta das 19h. Na Clínica de Repouso Santa Isabel LTDA em Cachoeiro do Itapemirim/ Es. O meu objetivo era a Clínica Capaac por ser bem menor e possuir, apenas cerca de 35 leitos divididos entre masculinos e femininos. Chegando lá o médico nos informa que não tinha vaga e fez o encaminhamento para a Clínica Santa Isabel. Antes de ser atendida lanchou. Como ela queria biscoito de chocolate e dei de morango, por engano, ficou chateada. Logo o médico chegou e pediu que os enfermeiros a levassem para outra sala enquanto ele conversava comigo. Ela perguntou ao médico se não poderia ficar comigo até à hora da internação, ele alegou que era apenas para ver a pressão. Até eu acreditei. Porém, ela perguntou por que ele mesmo, não olhava sua pressão ao que respondeu que, o seu aparelho estava lá dentro. Foi a última vez que nos vimos.

Falei das suas dificuldades, dos medicamentos que ela tomava (trileptal300ml, rivotril2ml, fluoxetina20ml, metformina e glimepirida para controlar a glicose tipo II e que ela nunca tinha tido problema, pois media sempre 113, 123, 124 e poucas vezes chegavam a 145). Mas nunca havia ficado doente fisicamente.

Pedi que não lhe ministrasse Haloperidol, pois era alégica e já tinha sido socorrida na emergência com a língua inchada, para fora após ter tomado 20g de haldol mais um comprimido de akneton em dois dias somando 40g e dois comprimidos de akneton de 1ml.

Para reverter o quadro, a medica plantonista lhe aplicou Decadron e fernegan.

Ele anotou, pois me pediu que repetisse os nomes dos medicamentos enquanto escrevia.

Esta ficha não consta no prontuário, já que o mesmo me foi negado durante 6 meses.

Ele me perguntou se ela falava coisas fora do tino por cêrca de 7,8 vezes mais ou menos e todas as vezes respondi que não.

Pedi a exumação após três dias e só consegui após 7 meses e dezesseis dias com muita insistência.

O médico diz que foi infarto do miocárdio , o legista diz , causa indeterminada, já que o coração estava em perfeito estado de conservação. Porém o pulmão esquerdo estava murcho.

Além do tempo ainda os materiais só foram enviados para exame de laboratório depois de 40 dias, assim mesmo porque eu liguei para o IML em BH para saber do resultado, eles não sabiam de nada já que estes materiais ainda estavam aqui em Manhuaçú e só saiu depois que eu falei com a delegada.

Liguei outra vez para o IML e a perita me disse que foi impossível detectar a causa pelo fato das víceras estarem e formol o que atrapalha, segundo ela, as investigações. Estas partes não podem ser colocadas em nenhum conservante.

Tentei contestar o laudo, mas encontrei dificuldades. O advogado do caso não se pronunciou. Infelizmente parece que neste mundo temos que saber de tudo, o que é impossível.

Ao terminar a consulta quis ver minha filha. Ele me disse que não era possível, pois ela estava sedada. Assustei-me e, falei: O Dr. não deu haldol pra ela! Ele me disse que não e que teria lhe dado apenas diazepam com biperideno.

Ao sair a atendente me pediu que eu deixasse para vê-la após,pelo menos 05 dias até que o paciente se habituasse no ambiente. Eu ligava cerca de três a quatro vezes por dia e só recebia boas notícias. Ela está bem!Mas não podia falar com o paciente hora nenhuma, pelo telefone.

No final de 05 dias, fui visitá-la, mas cheguei depois da visita por causa de atraso do carro que nos levou. Mesmo assim o atendente me deixou vê-la, mas fui convencida sutilmente, por uma enfermeira a deixar a visita para segunda feira, uma vez que era o dia da reunião e ainda era muito cedo, já que agora que eles estavam conhecendo o seu problema e que a minha visita poderia interromper o tratamento. Deixei uma bolsa com várias peças de roupas, maçãs, e voltei chorando, mas nunca me passou pela mente que ela corria risco de morrer.

Cheguei na segunda feira às 11h. Dirigi-me a assistente Social, me identifiquei ao que me respondeu que esperasse à hora da visita oficial às 13,30h.

Quando fui entrar no pátio de visitas, ao mencionar o nome da paciente fui barrada e levada de volta para a sala da assistente Social onde gritei, rolei pelo chão, não sabia mais o que fazer. Minha única filha estava sem vida com apenas 18 anos. 04/12/2006

Quando consegui o prontuário vi que o médico não só prescreveu haldol, como em doses altíssimas (10mlde haloperidol;300ml de amplictil,4ml de biperideno além de Daonil. Só Daonil não era injetável. Cheguei à triste conclusão. Os medicamentos eram injetáveis porque ela não aceitava tomar haldol pois tinha plena consciência do mal que lhe causava. E lá eles são obrigados a tomar os medicamentos que é para manter a ordem. Se quiserem explicações de como lá funciona entrem em contato com Cassiane Cominoti Abreu Graduada em serviço sicial pela UFES.


Cassiane abreu< cassiufes@yahoo.com.br>

Integralidade e intersetorialidade em álcool e drogas: a realidade dos municípios capixabas.


Voltei a clínca no dia 08/12/2006 para mais esclarecimento. O dir: Agostinho Sergio Fava Leite nos disse que ele soube que ela havia caído. Já que eu havia constatado um grande hematoma em sua cabeça da orelha para cima no lado direito no dia do seu falecimento e meu sobrinho, no dia do velório, constatou hematomas na parte inferior do braço e na costela do mesmo lado. No dia 08 me acompanhavam: Alcinéia o advogado Dr. Ernesto e o motorista Gilcemar que presenciou uma senhora conversando comigo no pátio a qual me disse que era quem dava banho em minha filha,que lavava suas roupas e que lhe deixara muitas recordações. Fiquei mais uma vez surpresa Ana Carolina era totalmente independente.

No prontuário consta que ela estava em estado de prostração e que nos dia 02e03/12/2006 o clinico geral Dr. Sergio Serafim Costalonga passou a ministrar-lhe 40g de buscopan+40g de elixir paregórico, pois ela estava com diarréia em grande quantidade.

Denunciei ao MP por orientação do Médico que lhe acompanhava a cerca de 3 anos mais ou menos, ao CRM e a Comissão de Direitos Humanos do Estado do ES.

A investigações da PCivil, na minha opinião muito deficiente. O primeiro delegado não deu conta do inquérito. O segundo chegou a me dizer que estava confiante que iríamos a juri mais foi transferido. O terceiro já concluiu dizendo que: não encontrou fundamento suficiente para indiciamento dizendo que eu sublimasse a minha dor de outra forma, que tinha mais coisas para fazer e desligou o telefone, já que eu insistia na intimação de mais pessoas para serem ouvidas, uma investigação mais apurada dos fatos e acareação entre o Dr. Clínico Dr. Agostinho Fava Leite, o Médico responsável Dr. Silvio Romero de Sousa França e Maria das Mercês dos Santos a serviçal que mudou todo o seu depoimento, o Dr. Ernesto advogado que conversou em particular com o Dr. e achou que eu não deveria representar contra a clínica.

Suspeitas: Hipoglicemia, overdose medicamentosa, além da alergia ao haldol, tombo,

Enfraquecimento, já que ela não se alimentava o que é de se estranhar para uma pessoa que não dispensava uma refeição, se quer. E que tínhamos que ficar de olho já que ela estava acima do peso normal.

Mais um motivo para que ele tomasse mais cuidado, embora ela era muito ativa, inteligente, não sentia nem mesmo dor de cabeça, o que era raro.


A coordenadora o CAPS GERAL/SOBRAL/CE

Dra. Roberta R. de Sá [ Assist. Social]

robertarochasa@yahoo.com.br



Nercinda Clareminda Heiderich

nercinda.c.heiderich@hotmail.com

5 comentários:

  1. eu fiz estagio como tecnico de enfermagem e nunca tinha visto um lugar como aquele um pedaço do inferno um deposito de gente eles dormem no chao nao tem camas tudo sujo caindo mos poedaços uns pacientes matam os outros de espancamento e eles colocam morte natural sinceramente entrei em depressao de ter que passar meu dia de sabado la e nao poder mudar nada naquele inferno higiene zero fazem uma fila de pacientes e barbeiam todos com a mesma gilete nao sei como o governo nao ve o coren nao ve nem o conselho de medicina!!!!tenho vergonha de usar branco e ver que existem infernos como aquele uma vergonha para a enfermagem

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  2. RELATORIO DE ESTAGIO CLINICA SANTA ISABEL. Ao iniciar meu estagio em saúde mental não imaginava o que iria encontrar,não imaginava que em pleno seculo 21 ainda existissem locais como aquele que num termo xulo poderia chamar de ´´DEPÓSITO DE GENTE ``. logo ao me aproximar do bairro onde é localizada a clinica pude logo perceber sua localização em razão dos gritos de horror e agonia que ecoavam pelas ruas próximas,ao me aproximar mais pude perceber um prédio em péssimas condições de conservação semelhante a um presídio com muros altos e janelas gradeadas logo descobri que aquele prédio fora construído em 1960 e pela aparência devia ter sofrido poucas reformas nessas décadas que se passaram,ao entrar naquele hospital se é que se pode chamar assim fui instruído a ignorar o que os pacientes falassem e a me manter atento pois estaria tratando de dependentes químicos,assassinos,doentes mentais todos enjaulados juntos sem distinções. Ao entrar nas instalações Guiado por um enfermeiro me senti entrando no purgatório homens se amontoavam pelos cantos e pelos corredores em condições de higiene praticamente zero ,ao observar os quartos pude notar que havia em cada um no Maximo 3 camas sendo que havia mais ou menos a cada quarto 30 pacientes que dormiam amontoados pelo chão sobre lençóis sujos,conforme andávamos pelos corredores nossa roupa branca ia se escurecendo éramos cercados por aquelas almas obscuras que nos puxavam,tocavam em nossos braços e cabeça talvez não acreditando que fossemos reais imaginando que fossemos anjos ,ou talvez imaginando como vendo-os naquela situação não mudássemos nada,estávamos ali apenas para observar sua desgraça e testemunhar o descaso do estado!!! Durante o tempo que tive aulas abordamos o estudo de casos e cuidados básicos ,no estudo de casos fazíamos a leitura do prontuário de cada paciente para saber a doença de cada um e os motivos e circunstancias que o levaram a internação e após fazíamos a entrevista com cada paciente para ele apresentasse sua versão dos fatos. uma coisa que me marcou muito nessa fase foi as fotos que ficavam arquivadas nos prontuários vi pais,mães,irmãos,filhos,profissionais de varias áreas retratados naquelas fotos virarem almas obscuras perambulando por corredores sujos como se procurassem alguma coisa que nunca iriam encontrar. Após a entrevista discutíamos com o médico nossas opiniões que não importavam de nada sobre a saúde mental daquele paciente. Vi pessoas entrarem saudáveis La e não saírem mais por perderem totalmente a noção de realidade após expostas aquele inferno.esse foi o pior estagio que fiz.MEU RELATORIO DE ESTAGIO ENTREGUE NO FINAL DO ESTAGIO.

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  3. meu contato msn bombeiropastorini@hotmail.com orkut bombeiro pastorini

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  4. Obrigada, Bombeiro Pastorine!

    Seu comentario muito irá me ajudar.

    Que Deus possa muito te ajudar neste teu trabalho.

    Um grande abraço

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  5. Clínica Santa Isabel
    Localizada no bairro Amaral, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, a Clínica Santa Isabel atende psicóticos e dependentes químicos pelo SUS. Ela é uma entidade, com fiz lucrativos, que presta serviço ao Sistema Único de Saúde nessa especialidade. É considerado um hospital de grande porte, com atualmente 466 internos. Além de possuir 17 leitos destinados à clientela particular que ficam separados do restante da clínica.
    ESSA É A CLINI9CA QUE FIZ ESTAGIO E ME REFERI NO DEPOIMENTO!!!!!

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