sábado, abril 3

Carta de Ana Carolina para Tia Cecéu


Alto Caparaó, 29 de maio de 2006

Olá! Tia Cecéu!Gosto de ver o seu programa, de ouvir as histórias que a senhora conta. Gostaria de conhece-la, mas sei que é muito difícil, pois moro no interior de minas gerais numa cidade chamada Alto Caparão; na região sudeste, zona da mata, e a distância é muito grande, mas não importa já que consigo apreciar o seu programa pela televisão.

Gosto muito do seu cd, os joguinhos das vitaminas, se possível gostaria de receber um em minha casa, para que eu pudesse ouvi-la com mais freqüência .O meu maior objetivo é pedir que a senhora coloque o meu nome em suas orações pois tenho diabetes, estou fazendo uma dieta mais tenho dificuldades e estou com 46 kilos a mais que o meu peso, sendo que o meu peso normal é 46 kilos, pois meço 1,47 de altura e preciso controlar mais a minha alimentação, para que eu possa emagrecer, mais a s dificuldades são tantas, confio primeiramente em meu Deus, e que através das suas orações, juntamente com o seu esposo, Pastor Fernando Iglesias, Deus com certeza irá me conceder essa benção.

Diz o medico, José Antônio Januário (endocrinologista) que essa diabete pode ser curada mas não deu tanta certeza, mas sei que o meu Deus pode me curar por que ele é o Deus dos médicos e o Deus dos impossiveis.Essa diabete minha é tipo 2.Obs: Não pertenço a igreja adventista, mas tenho freqüentado com a minha mãe. Sou evangélica e pertenço a igreja Fé e Libertação.Estou com 96 kilos e preciso emagrecer.

Ore por mim.Gosto muito de cantar na minha igreja(sozinha) mas estou desanimada. Por favor ore por mim, para que eu possa ficar mais animada.Ore também por mim por que eu sou muito nervosa, eu não quero ficar assim.

Eu quero ser mansa, como Jesus foi, por que Deus disse assim. Vós sejais manço e humilde de coração por que eu fui manso e humilde de coração. Ame glória ao rei estou lhe mandado minha foto, para que a senhora possa tem uma idéia de como eu sou.Ore por mim também porque eu tenho pressão alta.Graças a Deus nós somos evangélicos, e conhecemos a palavra do senhor,pois, ela nos satisfaz. Amém gloria a deus. Bendito seja o seu nome aqui na terra.

Espero receber uma cartinha do seu programa. Ficarei muito contente se isso acontecer.Minha mãe falou que viu na televisão que a senhora tem uma coleção de revistinhas. Se puder mande uma para mim.Estou deixando um versículo para você; não sei se você vai gostar mas que esse versículo posso te lembrar de Jesus cristo. Amém glórias a Deus Versículo;
1- Na casa de meu pai á muitas moradas, se assim não fora dito, eu não teria dito vou prepara-vos lugar.
2- E quando eu for e vos preparar o lugar voltarei e vos receberei para mim mesmo para que onde eu estiver estejais-vos também.

Que assim seja da vontade de Deus; nós temos que nos preparar!
3- Você já está preparada?
4- Despeço-me agradecida.
5- Despeço-me na santa paz do senhor Jesus. Não esqueça de orar por mim. E que a paz de Deus reine em nossos coraçõesVou manda uma foto também de quando eu estava com 93 kilos. Despeço-me e agradeço na santa e gloriosa paz de Jesus. E que a paz do nosso senhor e salvador Jesus cristo reine em nossos corações. Que Deus possa te abençoar muito, como ele tem te abençoado.Um abraço carinhoso de ANA CAROLINA CORDOVIL HEIDERICH. Este corinho eu gosto muito tia Cecéu.

Sou feliz por que sou de cristo (bis3)
Aleluia gloria a DeusFique com Deus
Jesus te ama e eu também.
Ele ama a mim também,
E ele ama a todos nós

Beijos de Ana Carolina Cordovil Heiderich Silva.

sexta-feira, abril 2

Mais de 400 pacientes sofrem em hospital psiquiátrico em Cachoeiro


CRP-16 encabeça trabalhos para mudar realidade dos atendidos pelo SUS na Clínica Santa Isabel, onde há apenas uma psicóloga atuando O Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região/ES (CRP-16), juntamente com os conselhos de Medicina, de Enfermagem, de Fisioterapia e de Nutrição, além de dois representantes do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), realizou uma vistoria em um hospital psiquiátrico em Cachoeiro de Itapemirim, Sul do Estado, no mês de dezembro de 2009.

Várias irregularidades foram encontradas na Clínica de Repouso Santa Isabel, que recebe repasse do SUS para tratar de mais de 460 pacientes portadores de transtornos mentais graves e dependentes químicos. O MPES já recebeu um relatório com as denúncias que apontam, entre outras questões de saúde, para abordagens que vão de encontro ao que preconiza a Reforma Psiquiátrica Brasileira.

De acordo com a conselheira do CRP-16 Jamily Fehlberg, que tem experiência na área de internação psiquiátrica, e que acompanhou a vistoria conjuntamente à técnica de Orientação e Fiscalização do Conselho, Martha Ferraz, a clínica apresenta problemas na sua estrutura, de recursos humanos, sem falar na insalubridade do local.

“Foram detectadas péssimas condições estruturais, um ambiente insalubre e com parcas condições de higiene pessoal”, revelou. A conselheira ainda mostrou a carência por profissionais, sobretudo da Psicologia. “Na realidade há muito poucos profissionais, técnicos de enfermagem, para os cuidados e segurança dos internados. Além disso, somente uma psicóloga é responsável pelo atendimento a 466 pacientes.

Como ela pode dar conta de tanta demanda?”, questionou Jamily.Denúncias Há pelo menos quatro meses têm sido realizadas reuniões no CRP-16 e nos conselhos de Serviço Social e de Medicina, Fisioterapia e Nutrição para avaliar as denúncias de abandono, maus tratos e falta de segurança que afetam os pacientes da Clínica Santa Isabel.

E após a vistoria, a direção administrativa do hospital se manifestou dizendo que não há recursos suficientes para contratação de pessoal. Ela alega ainda que o repasse do SUS é muito pequeno para manutenção adequada da estrutura e para proporcionar um tratamento nos moldes da Reforma Psiquiátrica, prevista em lei há quase uma década no País.

Fórum Para resolver a questão, o CRP-16 e os outros conselhos envolvidos estão formalizando um Fórum de Conselhos Profissionais Ligados à Saúde. “Nele serão discutidos os assuntos referentes aos serviços de saúde e o atendimento à população”, explicou a conselheira Jamily. Ela lembrou ainda que o grupo já produziu um relatório e o entregou ao MPES.

“Vamos também cobrar do governo estadual que ele assuma seu lugar de responsabilidade pela saúde do Estado, que reveja a questão da Santa Isabel”, acrescentou a conselheira. Jamily, porém, reconhece que há muito ainda a ser feito.“Sabemos que essa é somente a ponta do iceberg da saúde mental em nosso País.

Porque a Reforma Psiquiátrica começou a ser implantada e foram desfeitos os grandes hospitais que eram na verdade depósitos de gente”, analisou. Segundo ela, ainda não houve um política pública de saúde forte o bastante para que os serviços substitutivos possam garantir o atendimento de toda a população de usuários, evitando assim as internações como essas da Santa Isabel.CRP-16 tem puxado os trabalhosPara Jamily, a participação do CRP-16 está sendo muito bem aceita e tem sido condição para que os demais conselhos tenham a dimensão da subjetividade que deve ser parte do tratamento da loucura e do sofrimento psíquico, bem como para detectar a precariedade psíquica com a qual os pacientes são tratados na Clínica.

Além disso, o CRP-16 vem sediando as reuniões do grupo. E a novidade para o decorrer desse trabalho é a possível criação de um Convênio de Cooperação entre as entidades que realizaram a vistoria.

O objetivo será trabalhar a questão da saúde mental e o dever do Estado em garantir esse direito ao usuário do SUS.Clínica Santa IsabelLocalizada no bairro Amaral, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, a Clínica Santa Isabel atende psicóticos e dependentes químicos pelo SUS. Ela é uma entidade, com fiz lucrativos, que presta serviço ao Sistema Único de Saúde nessa especialidade. É considerado um hospital de grande porte, com atualmente 466 internos. Além de possuir 17 leitos destinados à clientela particular que ficam separados do restante da clínica.

Não há lugar mais triste



Este é um dos temas que mais mexe comigo.


Se arranca lágrimas dos olhos de quem não tem nenhum laço familiar ao deparar com tamanho sofrimento, imagine de quem perdeu um pedaço de si mesma dentro de uma dessas chamadas, clínicas de repouso, um dos lugares mais humilhantes que um ser humano pode experimenta ao ser ali, internado.
Um lugar de isolamento, dor, tristeza, saudade de casa, de qualquer lugar, até mesmo da rua que e, incomparavelmente, melhor.
Quando será que vamos nos ver livres destes cárceres privados, onde os internos não tem o direito de falar com familiares, nem por telefone?
Quantos Buias e Anas Carolinas ainda precisarão morrer e Damiões pra que este sistema, criminal, seja banido do nosso Planeta?
E eu, sinceramente! Irei chorar até que a morte, também me alcance!!!

AMOR AO PRÓXIMO


Será que amamos, mesmo, os nossos semelhantes?
Esta é uma pergunta que passei a me fazer, sempre.
Falamos tanto em solidariedade, práticas de amor.
Trabalhei 21 anos com crianças e adolescentes.
É uma tarefa que, se não tomarmos cuidado corremos o risco de adoecer tanto, o aluno quanto, quem está a frente desta tarefa.
Na área da saúde, a diferença é tratar a doença. Mas se o responsável por este tratamento, também não abraça com amor a causa, a doença pode se agravar.
E AMAR é um ato, não muito fácil. Amar quem não dá trabalho é fácil. Difícil é amar pessoas as quais não possuem os mesmos padrões criados pela nossa mente humana o que contamina mais que qualquer doença física.
De vez enquando vou ao posto de saúde. Em alguns casos tive que interferir e até conseguir voltar pacientes para dentro do consultório médico,o que não é tarefa fácil. Exige coragem e ousadia. Ainda mais que não sou da área. O que não consegui fazer pela minha filha.

Por isto, este é o único mandamento que se funde nos dez.
Segundo o nosso grande e maior Mestre: Jesus!!!

quinta-feira, abril 1

Caso: Ana Carolina Cordovil Heiderich Silva


Após ter lido o caso de Damião Ximenes Lopes percebi que o mesmo tem semelhança com o caso da minha filha.

Internei minha filha no dia 26/11/2006 por volta das 19h. Na Clínica de Repouso Santa Isabel LTDA em Cachoeiro do Itapemirim/ Es. O meu objetivo era a Clínica Capaac por ser bem menor e possuir, apenas cerca de 35 leitos divididos entre masculinos e femininos. Chegando lá o médico nos informa que não tinha vaga e fez o encaminhamento para a Clínica Santa Isabel. Antes de ser atendida lanchou. Como ela queria biscoito de chocolate e dei de morango, por engano, ficou chateada. Logo o médico chegou e pediu que os enfermeiros a levassem para outra sala enquanto ele conversava comigo. Ela perguntou ao médico se não poderia ficar comigo até à hora da internação, ele alegou que era apenas para ver a pressão. Até eu acreditei. Porém, ela perguntou por que ele mesmo, não olhava sua pressão ao que respondeu que, o seu aparelho estava lá dentro. Foi a última vez que nos vimos.

Falei das suas dificuldades, dos medicamentos que ela tomava (trileptal300ml, rivotril2ml, fluoxetina20ml, metformina e glimepirida para controlar a glicose tipo II e que ela nunca tinha tido problema, pois media sempre 113, 123, 124 e poucas vezes chegavam a 145). Mas nunca havia ficado doente fisicamente.

Pedi que não lhe ministrasse Haloperidol, pois era alégica e já tinha sido socorrida na emergência com a língua inchada, para fora após ter tomado 20g de haldol mais um comprimido de akneton em dois dias somando 40g e dois comprimidos de akneton de 1ml.

Para reverter o quadro, a medica plantonista lhe aplicou Decadron e fernegan.

Ele anotou, pois me pediu que repetisse os nomes dos medicamentos enquanto escrevia.

Esta ficha não consta no prontuário, já que o mesmo me foi negado durante 6 meses.

Ele me perguntou se ela falava coisas fora do tino por cêrca de 7,8 vezes mais ou menos e todas as vezes respondi que não.

Pedi a exumação após três dias e só consegui após 7 meses e dezesseis dias com muita insistência.

O médico diz que foi infarto do miocárdio , o legista diz , causa indeterminada, já que o coração estava em perfeito estado de conservação. Porém o pulmão esquerdo estava murcho.

Além do tempo ainda os materiais só foram enviados para exame de laboratório depois de 40 dias, assim mesmo porque eu liguei para o IML em BH para saber do resultado, eles não sabiam de nada já que estes materiais ainda estavam aqui em Manhuaçú e só saiu depois que eu falei com a delegada.

Liguei outra vez para o IML e a perita me disse que foi impossível detectar a causa pelo fato das víceras estarem e formol o que atrapalha, segundo ela, as investigações. Estas partes não podem ser colocadas em nenhum conservante.

Tentei contestar o laudo, mas encontrei dificuldades. O advogado do caso não se pronunciou. Infelizmente parece que neste mundo temos que saber de tudo, o que é impossível.

Ao terminar a consulta quis ver minha filha. Ele me disse que não era possível, pois ela estava sedada. Assustei-me e, falei: O Dr. não deu haldol pra ela! Ele me disse que não e que teria lhe dado apenas diazepam com biperideno.

Ao sair a atendente me pediu que eu deixasse para vê-la após,pelo menos 05 dias até que o paciente se habituasse no ambiente. Eu ligava cerca de três a quatro vezes por dia e só recebia boas notícias. Ela está bem!Mas não podia falar com o paciente hora nenhuma, pelo telefone.

No final de 05 dias, fui visitá-la, mas cheguei depois da visita por causa de atraso do carro que nos levou. Mesmo assim o atendente me deixou vê-la, mas fui convencida sutilmente, por uma enfermeira a deixar a visita para segunda feira, uma vez que era o dia da reunião e ainda era muito cedo, já que agora que eles estavam conhecendo o seu problema e que a minha visita poderia interromper o tratamento. Deixei uma bolsa com várias peças de roupas, maçãs, e voltei chorando, mas nunca me passou pela mente que ela corria risco de morrer.

Cheguei na segunda feira às 11h. Dirigi-me a assistente Social, me identifiquei ao que me respondeu que esperasse à hora da visita oficial às 13,30h.

Quando fui entrar no pátio de visitas, ao mencionar o nome da paciente fui barrada e levada de volta para a sala da assistente Social onde gritei, rolei pelo chão, não sabia mais o que fazer. Minha única filha estava sem vida com apenas 18 anos. 04/12/2006

Quando consegui o prontuário vi que o médico não só prescreveu haldol, como em doses altíssimas (10mlde haloperidol;300ml de amplictil,4ml de biperideno além de Daonil. Só Daonil não era injetável. Cheguei à triste conclusão. Os medicamentos eram injetáveis porque ela não aceitava tomar haldol pois tinha plena consciência do mal que lhe causava. E lá eles são obrigados a tomar os medicamentos que é para manter a ordem. Se quiserem explicações de como lá funciona entrem em contato com Cassiane Cominoti Abreu Graduada em serviço sicial pela UFES.


Cassiane abreu< cassiufes@yahoo.com.br>

Integralidade e intersetorialidade em álcool e drogas: a realidade dos municípios capixabas.


Voltei a clínca no dia 08/12/2006 para mais esclarecimento. O dir: Agostinho Sergio Fava Leite nos disse que ele soube que ela havia caído. Já que eu havia constatado um grande hematoma em sua cabeça da orelha para cima no lado direito no dia do seu falecimento e meu sobrinho, no dia do velório, constatou hematomas na parte inferior do braço e na costela do mesmo lado. No dia 08 me acompanhavam: Alcinéia o advogado Dr. Ernesto e o motorista Gilcemar que presenciou uma senhora conversando comigo no pátio a qual me disse que era quem dava banho em minha filha,que lavava suas roupas e que lhe deixara muitas recordações. Fiquei mais uma vez surpresa Ana Carolina era totalmente independente.

No prontuário consta que ela estava em estado de prostração e que nos dia 02e03/12/2006 o clinico geral Dr. Sergio Serafim Costalonga passou a ministrar-lhe 40g de buscopan+40g de elixir paregórico, pois ela estava com diarréia em grande quantidade.

Denunciei ao MP por orientação do Médico que lhe acompanhava a cerca de 3 anos mais ou menos, ao CRM e a Comissão de Direitos Humanos do Estado do ES.

A investigações da PCivil, na minha opinião muito deficiente. O primeiro delegado não deu conta do inquérito. O segundo chegou a me dizer que estava confiante que iríamos a juri mais foi transferido. O terceiro já concluiu dizendo que: não encontrou fundamento suficiente para indiciamento dizendo que eu sublimasse a minha dor de outra forma, que tinha mais coisas para fazer e desligou o telefone, já que eu insistia na intimação de mais pessoas para serem ouvidas, uma investigação mais apurada dos fatos e acareação entre o Dr. Clínico Dr. Agostinho Fava Leite, o Médico responsável Dr. Silvio Romero de Sousa França e Maria das Mercês dos Santos a serviçal que mudou todo o seu depoimento, o Dr. Ernesto advogado que conversou em particular com o Dr. e achou que eu não deveria representar contra a clínica.

Suspeitas: Hipoglicemia, overdose medicamentosa, além da alergia ao haldol, tombo,

Enfraquecimento, já que ela não se alimentava o que é de se estranhar para uma pessoa que não dispensava uma refeição, se quer. E que tínhamos que ficar de olho já que ela estava acima do peso normal.

Mais um motivo para que ele tomasse mais cuidado, embora ela era muito ativa, inteligente, não sentia nem mesmo dor de cabeça, o que era raro.


A coordenadora o CAPS GERAL/SOBRAL/CE

Dra. Roberta R. de Sá [ Assist. Social]

robertarochasa@yahoo.com.br



Nercinda Clareminda Heiderich

nercinda.c.heiderich@hotmail.com

Acróstico para Ana Carolina Cordovil Heiderich Silva


Pode parecer egoísmo da minha parte já que tenho mãe viva.


A saudade que você deixou me consome a cada dia

Nada me consola desde o dia em que fostes para sempre.

A minha vida não tem sentido algum. Somente vivo.


Caminho muitas vezes sem direção,

A Minh’ alma está cansada, ferida

Resíduos daquelas horas vividas

Os horrores vividos por você naquele confinamento

Lânguida se tornou em meio às feras nesta selva

Íngrime, cercada por todos os lados

Não! ninguém merece tamanho sofrimento!

A mim resta conviver com o sentimento de culpa


Clínica de repouso!!! repouso eterno.

Onde ali se encontram os destinados a morrer

Réus da própria vida e se tornam réus da própria instituição

Donde poucos sobrevivem ao acaso do destino.

Onde apenas se ouve os gritos horripilantes dos excluídos

Varridos por uma sociedade podre, hipócrita, desumana

Ignorante, vil, que se denominam cristãos, médicos,enfermeiros

Libertos? não! Escravos do sistema. Os mais inteligentes entendem.


Habitas no recôndito de deus, disso não tenho dúvidas.

Espero muito em breve encontra-la

Infelizmente ainda tenho que aprender a perdoar,

Dar as mãos aos que tanto mal lhe causaram,

Estar pronta a ajudar a quem precisa como você fazia,

Reconciliar comigo mesma e me perdoar para perdoar.

Imita-la nas boas obras.

Conviver com os excluídos e ter deles compaixão.

Honrar o nome de cristo como você , nos seus momentos tranqüilos


Sua vida foi muito curta mas, intensa.

Incompreendida mas sincera.

Liberdade de expressão? Isto lhe foi negado.

Valores? valorizava o ser e não o ter.

Até breve! filha minha!!!



sua mãe: nercinda claresminda heiderich